28/10/2009

Virtual... eu sou?

Quer sejamos jovens ou velhos, antiquados ou modernos, não dá pra fugir, a internet se tornou uma nova maneira de nos relacionarmos. Encontramos novos amigos, reencontramos outros, namoramos, e veja, até inimigos alguns conseguem fazer.
Há algum tempo, não muito, nossos amigos e namorados eram pessoas da nossa rua, do nosso bairro, da nossa escola, da nossa cidade, no máximo de alguma cidade vizinha. A internet destruiu fronteiras, elas deixaram de existir. De que outra forma você conheceria alguém que mora em outro continente sem nunca ter ido pra lá? Me maravilhava isso.
Para mim o msn, por exemplo, é como um telefone moderno onde você além de falar, pode até ver a outra pessoa! O Orkut ou o Facebook um barzinho onde posso encontrar e conhecer pessoas mesmo estando de pijama (e com o facilitador de normalmente aproximar pessoas que tem algo em comum), melhor, pode-se ir ao encontro delas estejam elas em São Paulo ou na Noruega, a distância é a mesma, estão todas à distância dos milímetros de espessura da tela do meu computador, bem aqui.
Óbvio que estes relacionamentos não substituem os outros, não substituem sair com outros amigos, não substituem a sensação do toque, nem o abraço, nada disso, é tão somente uma forma diferente, mas ainda assim, uma forma de relacionamento.
Nunca havia me questionado o quanto de realidade existe num relacionamento “virtual”. Qual é a diferença entre uma pessoa que conheci na internet e outra que conheci na fila do banco? Essa diferença então, se é que há alguma, se dizima por completo quando esse relacionamento se estreita e passa a outro nível. De mais a mais as pessoas vem e vão tenha você as conhecido onde quer que seja e da forma que seja.
Que #@%$$ é “virtual”? Quem é virtual?
Virtual pra mim são marido e mulher que não sabem e nem querem saber o que cada um fez do seu dia. Virtual são os amigos que nunca te procuram, salvo que precisem de você para alguma coisa. Virtual é o pai que nem sabe em que ano da escola está seu filho e a filha que nunca esta em casa.
Temos mais virtuais cruzando com a gente pela vida do que seremos capazes de reconhecer.
Assim pensava eu até há alguns dias...
E então um gatilho me fez explodir em pensamentos.
Será que relacionamentos virtuais não seriam auto-boicotes afinal? Sim, pessoas fugindo do que realmente poderiam ter em tête-à-tête por medo ou por alguma experiência desastrosa ou simplesmente por comodismo mesmo. Afinal hoje em dia não precisamos mais sair de casa para comprar, para ver shows, para ir ao cinema e nem para conversar ou conhecer gente. Estaremos nos escondendo atrás da tela de um computador por nos sentirmos mais seguros ali?
Serão mesmo esses relacionamentos menos reais?
Sigo por aqui pensando...
Há tanto barulho.

23/10/2009

Trintona

Nestes dias, enquanto almoçava, eu lia uma revista (o que é bastante comum, não consigo almoçar fora de casa sem estar lendo alguma coisa). Bom, uma das matérias da revista falava sobre personalidades, assunto que sempre me atraiu bastante, deve ser assim com muitas pessoas.

O que me chamou a atenção na matéria foi um destaque que dizia: “Você tem até os 30 anos para tentar ajustar a sua personalidade. Depois disso, é melhor não contar com mudanças. O ponto é que depois dos 30 anos a sua personalidade tende a se congelar como é.”

Claro que não é que não conseguiremos mudar nada, mas teremos que trabalhar com o que temos. Ou seja, uma pessoa quieta e discreta com um pouco de esforço pode fazer uma palestra, mas não vai mais se tornar o piadista da turma.

Há algum tempo eu tenho percebido isso.

Estou sempre em luta comigo mesma. Sempre tentando vencer meus medos, minhas reservas, minha timidez, minhas travas, meus pré-conceitos, e tentando e tentando e tentando... sempre achando alguma coisa com o que brigar, alguma coisa que não gosto, algo que quero mudar.

Eu já passei dos 30 anos, será que não é hora de parar de querer mudar o jeito que eu sou e passar a me aceitar? Aceitar que algumas coisas não vão mudar por mais que eu tenha vontade, que eu já sou burro velho?

Isso é extremamente cansativo. Me suga energia que eu deveria gastar com outras coisas.

Finalmente entendo que somos queridos ou não por nossas minúcias, por nossa essência, por sermos quem somos.

Sabe, não vou conseguir agradar todo mundo nunca. Sempre vai ter alguém insatisfeito com alguma coisa, sempre vai ter alguém para quem eu não fui suficiente, alguém que esperava mais de mim. Mas viver tentando driblar isso é loucura! Viver tentando ser quem eu não sou e não vou ser, é loucura. Agradar aos outros às custas do que eu quero, do que eu gosto e do que eu sou, é loucura.

Isso mesmo de começar a escrever um blog, por exemplo. Fui eu tentando vencer essa imensa reserva que eu tenho. Nunca gostei de ser o assunto principal numa conversa, não sei falar de mim a menos se questionada frontalmente. Prezo muito a minha privacidade. E aí então um dia resolvi radicalizar. Um blog.

Bom, é certo que aqui só me exponho até o ponto que quero, só digo o quanto quero e o que quero. Mas fui tomando gosto pela coisa, eu vi que tenho coragem de escrever coisas que não teria coragem de falar, me sentia à vontade. Aqui não temos rostos, só sentimentos. Não preciso ter medo. Aqui eu converso comigo. Me entendo melhor. É, parece que quando escrevo sobre alguma coisa que me incomoda, sobre algo que eu estou sentindo, parece que eu consigo entender isso melhor. É verdade também que nunca esperei que alguém um dia fosse ler este blog, talvez isso tenha me dado um empurrãozinho a principio.

Que eu sempre fui melhor escrevendo do que falando não há dúvidas. Sou eu mesma, só que mais livre. Não sei explicar isso, mas quando escrevo, qualquer coisa, uma carta, um email, um texto, até um contrato, as palavras vem com facilidade, fluem mais rápido e mais fácil. O que já não acontece quando estou conversando.

Falar de sentimentos então é a coisa mais difícil do mundo, os sentimentos estão ali, tão fortes que me sufocam, mas não sei bem como botar tudo isso pra fora, sejam sentimentos bons ou ruins. Eu sinto com intensidade que às vezes me assusta mas travo lá dentro e provavelmente quem me olhe não será capaz de imaginar isso.

Já briguei muito comigo mesma por isso, por querer ser mais extrovertida, falante, por querer botar pra fora as coisas com facilidade, sem me importar com nada. Mas eu não quero mais lutar pra ser quem eu não sou. Se fosse extrovertida e falante não seria eu.

Eu sou mesmo assim, quieta, tímida com quem não conheço (a única coisa engraçada é que não sou tímida no banco, falo o que for preciso sem medo), reservada, fujo de discussões e nem sou capaz de efusivas demonstrações de sentimentos, embora estejam todos ali, intensos: raiva, angustia, alegria, amor, felicidade...

Não dá mais pra ficar enxergando somente os meus defeitos, passei da idade de ser modesta, passar dos 30 tinha que ter alguma vantagem. Também tenho lá algumas qualidades e se isso não for bom o bastante para mais alguém, pelo menos vai ter que ser bom o bastante para mim. É assim que eu sou.

Não é mais tempo de tentar mudar e sim de me aceitar.


"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando". Clarice Lispector.

16/10/2009

Entendendo o Cupido...

09/10/2009

Finda a greve... eu juro que viro mico de circo antes de votar a favor de uma de novo.
Grrr

07/10/2009

Greve

Já tô de saco cheio de ser parada na rua, ter que responder no orkut, no facebook, no msn e em qualquer lugar sobre a greve dos bancários.


Estamos de greve mesmo, exercendo um direito que nos é garantido pela Constituição. Pelo menos esse, haja vista que tantos outros nos são negados todos os dias.


Acho na verdade que brasileiro tem uma falta de união que é de dar vergonha. Cada um pensa no seu individual e em mais ninguém. Não tá nem aí se os outros estão sendo explorados, (sim, explorados mesmo, eu sei em que condições chego na minha casa todos os dias) cada um só quer saber de si, se a merrequinha do meu dinheirinho tá na conta é o que me importa, dane-se o mundo. Ao invés do povo se apoiar, não, cada um se isola no seu mundinho e ái de quem se atrever a atrapalhar.


Se os correios fazem greve, os funcionários são vagabundos; se os transportes fazem greve, os funcionários não querem trabalhar; se bancário faz greve é de alegre porque ganha bem e trabalha pouco... e assim com os professores, os médicos, os lixeiros, os metalúrgicos, etc.


Muitos dizem: “Ahh trabalha no banco porque quer.” Quem aqui trabalha porque quer?

E se sim, se eu trabalho no banco porque quero, então somente por causa disso não tenho o direito de querer melhorias? Tenho que me conformar com qualquer coisa?


Pelamordedeus, porque é quem critica não vai se informar hein?


Uma pesquisa de um minuto no Google vai mostrar que o banco lucrou, no ano passado, algo em torno de R$ 8,8 bilhões, um salto de 74% sobre 2007. Vai mostrar também que o salário médio de um bancário é de R$1.100,00. Pensa que a carga horária é de 6 horas? Se enganou. Um bancário é contratado para trabalhar 6 horas/dia, mas trabalha em média 10 horas/dia sem direito a horas extras. E tem mais, o monte de cursos que temos que fazer, nas horas em que não estamos no trabalho, claro, para garantir que haja preparo para a execução das atividades, atividades essas nas quais um erro bobo pode acarretar sansões administrativas, processos cíveis e criminais.


E como será que o banco teve um crescimento de 74%? Não sabe? Procure o número de bancários nos consultórios psiquiátricos ou no banco de dados do INSS. Todo trabalho tem metas, isso é uma coisa lógica e positiva quando bem trabalhada, agora quando você chega no trabalho e a primeira questão com a qual se depara no dia é “quem vamos demitir ou descomissionar hoje se não alcançarmos X em previdência” aí a coisa se torna destrutiva. E diga-se de passagem, o X é sempre um número absurdo, inalcançável e fora da realidade. Ahh e não ganhamos nada a mais por isso.


Não estamos exigindo nada absurdo, somente que o nosso salário seja no mínimo reajustado conforme a inflação (aumento real de salário a classe não tem há mais de 7 anos mesmo), que sejam criados mais órgãos de proteção ao assédio moral e que sejam criados mais postos de trabalho.


Não concorda com a greve? Ok, eu também acho que já vai longe o tempo em que greve surtia grandes efeitos, não sei se há outra forma de se fazer ouvir, mas respeite e procure saber do que está falando antes de ficar criticando.


E só esclarecendo, os serviços que são prestados dentro de uma agência bancária como depósitos, recebimentos e pagamentos podem ser feitos por canais alternativos como internet, telefone ou auto-atendimento. Assim que ninguém está ficando sem dinheiro ou sem poder pagar suas contas porque os serviços básicos para a população estão sendo mantidos por funcionários, que para não deixar o povo na mão de uma vez, vão trabalhar e são por isso tidos como maus colegas. A esses funcionários também o meu respeito (eu sou uma dessas).


Me desculpem pelo desabafo meus amigos, sei que vocês fazem parte da ala que tem bom senso e nem precisariam estar lendo isso.

E também desculpem-nos pelo transtorno.

04/10/2009

Mercedes Sosa

La Negra...

Existem pessoas que não terminam com a morte...

O Brasil homenageia a que foi e continuará sendo uma das mais importantes vozes latino-americanas.

Obrigada por sua luta e por seu canto.



02/10/2009

Banana?

Assistindo a um programa na televisão aberta- o que raramente acontece, e agora me lembrei o porquê - não pude deixar de me recordar de um texto da Martha Medeiros que postei no outro blog (é, aquele que desapareceu, lembra?). Aliás, não só me lembrei do texto da Martha, como também de uma música do Gabriel, Pensador (onde anda ele que eu não vejo mais hein?), Nádegas a Declarar.
Infelizmente constatei como os dois, mesmo depois de um tempo, ainda são tão atuais... Êita Brasilzão...

"Não sei se você já conhecia a Mulher Melancia e a Mulher Jaca. Eu só soube da existência dessas criaturas na semana passada. São duas dançarinas de funk que ganharam notoriedade por possuir quadris avantajados (respectivamente, 121cm uma, 101cm a outra). Essa é toda a história, com começo, meio e fim.

Tem também a Mulher Rodízio, forma bem-humorada que a onipresente Preta Gil se autobatizou, justificando que ela tem carne pra todo mundo.

Pois agora vou apresentar pra vocês a grande novidade desse mercado tão nutritivo: a Mulher Banana.

A Mulher Banana, se tivesse um quadril de 120cm, correria três horas por dia numa esteira. Se isso não adiantasse, correria para uma mesa de cirurgia a fim de tirar uns cinco bifes de cada lado, porque ela considera bundão uma coisa muito vulgar. Faria isso por vaidade, pois acredita que, na prática, não faz a menor diferença para os homens se a mulher tem 90cm ou 120cm. Eu avisei que ela é banana.

Essa questão da vulgaridade quase a deixa doente. Ela não se conforma de que a rafuagem ganhe tanto espaço na imprensa, incentivando um monte de menininhas a também rebolarem no pátio da escola. Ela morre de vergonha ao ver a mãe da Mulher Melancia dizer para um repórter que sente muito orgulho de ter uma filha vitoriosa. Ela se pergunta: pelamordedeus, não existe ninguém pra avisar essa gente que eles perderam o senso do ridículo? A Mulher Banana é totalmente sem noção, coitada.

A Mulher Banana não se dá conta de que há pouco assunto para muito espaço na mídia. Não há novidade que chegue para preencher tanto conteúdo de internet, tanta matéria de revista, tanto programa de tevê, e é por isso que qualquer bizarrice vira notícia. Sem falar que, hoje em dia, tudo é cultura de massa, tudo é passível de análise para criarmos uma identidade nacional. Não, não, não pode ser!! Pode, Mulher Banana.

A Mulher Banana, como o próprio nome diz, é ingênua, inocente, tolinha. Ela acredita que o discernimento nasceu para todos e que ser elegante vale mais do que ser ordinária. É boba, mesmo. Não no mercado das mulheres hortifrutigranjeiras, minha cara. Aliás, mercado ao qual você também pertence. Banana.

A Mulher Banana ainda se choca com certas imagens, com certas fotos. Não que ela não acredite no que está bem diante do seu nariz (já sondei e não tem parentesco algum com a Velhinha de Taubaté). Ela vê, ela sabe, ela está bem informada. Só que não consegue tirar isso pra piada, não leva na boa, não passa batido: ela é tão banana que se importa!!

Aviso desde já que a Mulher Banana não tem empresário, não posa para sites eróticos, não dá entrevistas e muito menos aceita sair de dentro de um bolo gigante usando só um tapa-sexo. Ela é banana. Vai morrer sem dinheiro, só é rica em potássio. E não pense que é movida à inveja. Se fosse, invejaria a bundinha da Gisele Bündchen, que também andou à mostra esta semana e tem um tamanho bem razoável. A Mulher Banana, tadinha, ainda sonha com um padrão estético razoável e um comportamento social menos nanico. Não pode ser brasileira! Mas é, conheço-a como a mim mesma." Martha Medeiros.


Selos

Este ganhei da Carla, lá do Leitura mais que obrigatória.

E este ganhei da Ana, do Pelos Caminhos da Vida.

Obrigada meninas!

Repasso a todos os meus amigos.