Hoje eu li um artigo sobre uma experiência que fez um jornalista alemão, Jürgen Schmieder, que ficou 40 dias sem mentir. É, sem mentir nadinha. Imagine o inferno que deve ter sido para ele e para os que tiveram que conviver com ele... A bem da verdade eu não vejo muita relevância no experimento, embora seja até curioso.
Mas enfim, não vou entrar nessa questão de quanto é realmente necessário ou não mentir, sobre mentiras boas e más e nem nada disso, que todo mundo já está farto dessa história. Somente comentei o artigo porque foi o propulsor de algo que – pasme! – até agora eu não havia me dado conta ou entendido ou sequer pensado sobre.
A diferença entre dizer a verdade e ser sincero.
Superficialmente falando, porque não tenho a pretensão de defender uma tese sobre isso, e escrever tudo o que pensei é impossível, concluí que:
A verdade independe das minhas crenças e convicções. A verdade é, apesar de mim. Queira eu ou não.
Já a sinceridade é a expressão de minhas próprias impressões, o que eu penso e acredito.
Eu não quis e não vou procurar a definição das duas num dicionário, simplesmente porque não quero estragar a magia do descortinamento. Mas é algo que parece, sempre misturei. Não podia dissociar um conceito do outro. Dizer a verdade, para mim, era ser sincero e ser sincero era dizer a verdade. Agora já não me parece tão simples.
E qual a importância de tão homérica descoberta? Só uma: finalmente entendi o poeta...
Mentiras sinceras também me interessam.