Raiva

Engraçado como alguns acham a raiva um sentimento destrutivo. Eu não acho. A raiva impulsiona. Gera energia. Exorciza o medo. Arranca da inércia. Exige atitude. 

Veja, não falo de comportamento explosivo. Isso é diferente. Algumas pessoas parecem verdadeiras bombas-relógios com pernas.  E pessoas raivosas, descontroladas, explosivas, destrutivas e mal humoradas, que agridem - de que forma seja - outras pessoas são absolutamente insuportáveis. E também não vamos confundir raiva com ressentimento, ódio e desejo de vingança.

Não. Aqui falo da raiva, pura e genuína. Aquele sentimento que faz você ferver por dentro. 

Para mim, a raiva é um mecanismo de detecção. É um alerta quando alguma ação violenta a nossa forma de ser, o que pensamos ser justo, o que acreditamos. Nos ajuda a combater uma ameaça. Tão natural e saudável quanto qualquer outro sentimento. 

A raiva anestesia a dor. Fortalece. Motiva. Inspira. Nos faz buscar outros caminhos.

Quando bem direcionada, é uma poderosa mola propulsora.

Baby Can I Hold You?

Luciano Pavarotti / Tracy Chapman - Baby Can I Hold You (Live at Pavarotti and Friends, 2000)

Uma versão de uma música de Tracy Chapman que gosto muito e que nunca tinha visto. Aliás, jamais me ocorreu que ela pudesse ser cantada por um tenor lírico... Gosto do lírico e gosto de Baby Can I Hold You, embora ainda esteja decidindo se a mistura me agrada neste caso. Fato é que as possibilidades dentro da música são mesmo infinitas... se ficam boas ou não, aí já é outro assunto...

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Me deu uma vontade de viajar, andar por lugares que eu nunca andei, ver outras paisagens, sumir da minha rotina... vou dormir e esperar passar.

Eu voto, tu votas, ele vota, nós votamos nas Cataratas do Iguaçu

Eu confesso que não sou nada “natureba”. Gosto sim duma boa praia, mas passeios ecológicos não são muito comigo não. Ainda assim, visitando as Cataratas do Iguaçu, não pude deixar de ficar impressionada com a imensidão e o poder daquilo que vi.

 

As Cataratas fazem parte do Parque Nacional do Iguaçu, localizado na fronteira entre Brasil e Argentina. Com 250mil hectares e 275 quedas d´água é a maior reserva de floresta pluvial subtropical do mundo, tombado em 1986 pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade.

 

 

Tenho a impressão que nós, brasileiros, não damos muito valor para o que é da gente. Eu mesma, queria visitar Iguaçu há muito tempo, mas não botava tanto empenho, e o que tinha de estrangeiros passeando por ali...

 

Acabei lembrando do que disse a primeira dama americana, Eleonor Roosevelt, em visita a nossa catarata: "Pobre Niágara"...

 

Aliás, há uma linda lenda tupi-guarani que explica o surgimento das Cataratas do Iguaçu:
"Há muitos anos atrás, o Rio Iguaçu era livre, sem corredeiras e nem cataratas. Em suas margens habitavam índios caingangues, que acreditavam que o grande pajé M´Boy era o deus-serpente, filho de Tupã. Ignobi, cacique da tribo, tinha uma filha chamada de Naipí, que iria ser consagrada ao culto do deus M’Boy, divindade com a forma de grande serpente. Tarobá, jovem guerreiro da tribo se enamora de Naipi e no dia da consagração da jovem, fogem para o rio que os chama: - "Tarobá, Naipí, vem comigo!" Ambos desceram o rio numa canoa. M’Boy, furioso com os fugitivos, na forma de uma grande serpente, penetrou na terra e retorceu-se, provocando desmoronamentos que foram caindo sobre o rio, formando os abismos das cataratas. Envolvidos pelas águas, caíram de grande altura. Tarobá transformou-se numa palmeira à beira do abismo, e Naipí, em uma pedra junto da grande cachoeira, constantemente açoitada pela força das águas. Vigiados por M’Boy, o deus-serpente, permanecem ali, Tarobá condenado a contemplar eternamente sua amada sem poder tocá-la.”

Um lugar que todo brasileiro deveria visitar ao menos uma vez.

As Cataratas do Iguaçu concorre a uma das 7 belezas naturais do mundo, mereceu o meu voto e segundo O Globo, nesta semana, já está em segundo lugar. É só seguir o link.

http://www.new7wonders.com/community/en/new7wonders/new7wonders_of_nature/voting

Mulherzinha mesmo

foto de Henri Cartier Bresson

Dia Internacional da Mulher... legal... mas há muito este dia perdeu o seu verdadeiro caráter e passou a ser meramente festivo e comercial.

Por favor, me poupem de rosas vermelhas e parabéns. Quer me homenagear? Então seja legal e cavalheiro comigo o ano todo.

Abra-me portas, puxe cadeiras, deixe-me passar primeiro, segure a porta do elevador, ceda-me lugar no ônibus, seja delicado, gentil e educado. Não seja grosseiro, vulgar ou desrespeitoso. Não me trate com igualdade, definitivamente eu não sou e não quero ser igual a você.  Quero que você continue sendo forte e que me faça sentir segura e protegida. Isso também não quer dizer que sou de porcelana... sou dura na queda, mas continuo sendo mulher.

Entenda que, não é porque a mulher lutou pelo direito de votar ou trabalhar fora que ela deixou de ser mulher. Somente acumulamos mais obrigações. Nos deem esse crédito.

Tenho tanto orgulho de ser o sexo frágil quanto tenho de poder trabalhar ou votar.

Adoro ser mulherzinha mesmo.

Tus manos son mi caricia...

Digam o que disserem, que é romantismo tolo ou coisa de mulherzinha, mas eu acho lindo encontrar um casal de velhinhos que ainda andam de mãos dadas. Acho mesmo, de verdade. Sorrio automaticamente à visão.

Acho bonito todo casal que anda de mãos dadas. Para mim é um símbolo de união, de companheirismo, de cumplicidade, de intimidade. É querer estar mais próximo do que só ao lado. Mas pelos velhinhos tenho uma afeição especial. 

Eles me fazem sentir que há amores que podem durar uma vida inteira. Que dois universos, diferentes, podem querer, por toda uma vida, existirem juntos. Que mesmo com toda e qualquer diferença, se sabem um do outro. Que apesar dos tantos anos de convivência, ainda há carinho e mais, demonstrações desse afeto. Que o amor venceu o tempo.

Cumplices, atravessaram a vida de mãos dadas.

...y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos...