30/12/2010

Este ano, quero paz no meu coração...




Assim que então lá se vai 2010? Tão cedo? 
PonteQuePartiu, tô é ficando velha mesmo... primeiro porque só pra quem já tá meio velho o tempo passa tão depressa (é, pergunta pra um adolescente se pra ele passou igual) e depois porque “na minha época” 2010 era mesmo tão distante quanto uma odisséia no espaço, e no entanto, olha eu aqui! Já deixei 2010 pra trás.
Enfim, toda essa embromação pra dizer que nos venha 2011!!! 
Novamente não vou desejar que todos os seus sonhos se realizem, a vida não vai mudar só com o virar da folhinha do calendário mesmo. Mas desejo sobretudo, que você possa, consiga e saiba aproveitar as 365 novas oportunidades que se estendem à sua frente.
Tin-Tin

14/12/2010

Coisas do interiorrrr


Uma pena que o Aurélio não tenha tido um primo ao estilo Chico Bento para fazer um dicionário de expressões do interiorrrr (como a língua bem enrolada, por favor). Mas deixo aqui a minha pequena contribuição, em favor daqueles que por ventura nos visitem.

Quando alguém te convidar para um programa com outras pessoas, pergunte: Quem tanto vai?

Quando alguém te comentar algo, responda: Nem...

Quando não quiser fazer algo, diga: pode erguê

Quando você quiser dizer para alguém não se preocupar com algo, diga: Largue mão

Quer convidar alguém para entrar na sua casa? Então é: vamo chegá

Perdi a hora? Não... rodei

Você estava na companhia de alguém que desapareceu? Levou um perdido

Para autorizar um serviço, diga: Pregue fogo

Uma pessoa agitada é espeloteada

Gostei da piada... coaiei de ri

Estrupício... bom, é estrupício mesmo

Tempos atrás costumávamos ir a... Não, assim é: De primeiro a gente ia...

Tem alguém te atrapalhando? Fale: Pinica daqui!

Algum lugar vai estar cheio? Então ele vai fervê de gente

Se alguém é rapidinho, então ele é um cisco

Precisa de tempo pra pensar na resposta? Diga: Xéééé

Se ficou surpreso com algo, a expressão correta é: Senhor da capela

O moço não é muito másculo? Essa coca é fanta...

A pessoa se fez de boba? Então ela deu uma de miguelão

Se quiser xingar alguém, é melhor dizer: porva, caipora, paia

E por fim, mas não menos interiorano...

Xau

03/12/2010

Maturando

A cada dia que passa, mais e mais me convenço de que as coincidências não existem. Não... coincidência é só o que gostariamos que fosse. Nenhuma delas resiste a um olhar pouco mais observador. É como uma fórmula matemática, simples e certa.

02/12/2010

Acontece...

Noutro dia lia uma crônica do Carpinejar - que aliás acho muito figura (no bom sentido) - e tenho certeza que, homens e mulheres, sabem perfeitamente do que ele está falando. A mulher que nunca acordou de mau humor por conta disso ou o homem que nunca sofreu as consequências, que atire a primeira pedra...


Cuidado com o que ela sonha...

Brinco com a minha mulher de que, na hora do sexo, ela pede para acender a luz e sou eu que insisto para apagar.

Homem feio tem pudor. Vá que ela descubra com quem dorme.

O humor nos salva das grandes brigas. Só não consigo me livrar das pequenas, da ressaca de algumas manhãs. Tem dias que ela se levanta me xingando, me espancando com o edredon. Não entendo o que fiz. Vou apanhando antes de qualquer palavra. Acho que cometi uma barbaridade, tipo ter alucinado com outra ou trocar seu nome. Será que vacilei em voz alta? Eu nem me defendo, pensando que ela está certa mesmo. Quando não tenho culpa, pego emprestada a mais próxima de mim. Ou do estoque da infância, sempre cheio.

Mulher é vulnerável, suscetível, vive em estado de floração, se vê injustiçada por delicadezas que nem noto. Nunca fui bom no jogo dos sete erros. Basta uma expressão deslocada e ela chora compulsivamente, dizendo que não merecia tanta desconsideração. O grave é que desconheço a maior parte dos motivos do choro, preciso primeiro enxugar as lágrimas, acalmá-la e isso exige mais de quarenta minutos.

Ela estava uma fera comigo. Após ser sovado como uma broa, pulou da cama com a arrogância que apenas a tristeza dá. Não me encarava, virava o rosto. Segui atrás, ela bateu a porta do banheiro na minha cara e fiquei conversando pelo trinco.

— O que foi, amor?
— Me deixa em paz…

Já cogitava uma grosseria feita de noite. Mas me lembro que ficamos abraçados, gostosos, cheirando os olhos. Não havia lógica. Recapitulei o jantar com os amigos, arrecadei minhas principais participações, criei um balanço das contas linguísticas das últimas 24 horas. Nada que provocasse sua mágoa. Às vezes ela zoa, arma charme e vem com soquinhos nos meus braços comentando que não sabe o motivo de estar me batendo, mas que eu devo saber. Não era o caso. Parecia grave.

— Amor, me conta o que está acontecendo?
— Não quero, se eu conto você vai se defender…

Demorou o banho, o café, a saída apressada ao trabalho para descobrir a verdade. Fiquei tenso em vão, limpei o elepê de Cauby Peixoto para escutar de madrugada, preparei discursos inúteis de despedida.

— Pode desabafar agora?
— É que sonhei que estava me traindo. Tudo horrível.
— Mas não posso me responsabilizar por aquilo que sonha.
— Não tem ideia do que aprontou, por quê? Por quê?
— Estamos ótimos, é um sonho, não aconteceu.
— Aconteceu sim, da próxima vez peço para me cornear em seus sonhos, não nos meus.

A vida é injusta. Não tenho como apagar a luz dentro dos pesadelos dela.


Fabricio Carpinejar

20/11/2010

É...

" 'E' e 'Se' são palavras que por si não apresentam nenhuma ameaça. Mas se colocadas juntas, lado a lado, elas tem o poder de nos assombrar a vida toda."
E se... e se... e se...

- Cartas para Julieta -

10/11/2010

Eu quero pó de pirlimpimpim!

Já há alguns dias ando indignada. De verdade indignada. E hoje, vendo uma postagem da Dri, não me contive, tive eu que protestar também.
Estão banindo Monteiro Lobato das escolas sob o pretexto de racismo!!!  Ora, ora... façam-me o favor... Monteiro Lobato!
Ele foi o tema do meu TCC e o escolhi justamente por serem as histórias do Sitio do Pica-Pau Amarelo e suas ramificações uma das minhas melhores e mais longínquas lembranças. Foi ele quem me ensinou e me fez gostar de ler. Foi ele quem fez minha infância mais divertida e culta com as peripécias da Emilia, o romantismo da Narizinho, as aventuras do Pedrinho, a sapiência e as engenhocas do Visconde de Sabugosa, as gargalhadas do Tio Barnabé, a doçura e elegância da Vovó Benta e óbvio, sem dúvida alguma, a bondade e aconchego da Tia Anastácia, sempre com suas guloseimas, resmungos e "cruz-credo".
Tia Anastácia, sem dúvidas, a personagem mais brasileira da obra, contrastando com o ar aristocrático europeu da Vovó Benta. Por ela foram contadas as mais ricas histórias do folclore brasileiro. E nunca, jamais, senti que ela era menos querida pela cor da sua pele.
É verdade sim que tia Anastácia é negra, é verdade que em Caçadas de Pedrinho foi dito que ela tinha “carne preta” ou que “ria com a beiçola inteira”, pô, mas daí a censurar, censurar sim senhor, Monteiro Lobato, tenha santa paciência. Em toda leitura há que se levar em conta o contexto histórico da obra, a época em que foi escrita, como se vivia. E, volto a dizer, em momento algum qualquer descrição que façam da Tia, tem caráter pejorativo e nem de longe dá para entender dessa maneira. Jamais, em minha cabeça de criança, passou que eles a estivessem desdenhando.
Eu cresci com essa família e isso não me fez mais ou menos racista. E mais viu, racismo não se aprende nas obras de Monteiro Lobato não. Racismo vem de berço. Assim como a educação.
Quais serão os próximos? Escrava Isaura, talvez? Ou quem sabe O Mulato? Posso pensar num sem números de obras ainda mais “racistas” que as de Lobato.
Tirem todas essas obras das escolas, rápido, antes que percebamos o que está acontecendo.

Aplaudo em pé a crítica da Lya Luft na Veja de 06/11/2010. Bravo!

P.S. Pó de pirlimpimpim não é alucinógeno e nem faz apologia às drogas. Eu juro!

06/11/2010

Uma pródiga...

... na livraria. Vou me acabar de comprar livros! Decidi viajar por todos os lugares, tempos e espaços. E já que - ao menos por agora - não há possibilidade de sair do lugar, essa é a melhor maneira.

Mimada




Ganhei os dois mimos da super querida Dri, lá do Infinito Particular. Teu blog também é muito especial pra mim.
Obrigada!

01/11/2010

...

O mais recente membro da fila de leituras: O Púcaro Búlgaro.

10/10/2010

Efeito Maizena

Proust há de desculpar-me, mas um mingau de Maizena pode ter o mesmo efeito de elegantes madalenas (ou madeleine, já que é francês). Sim, Maizena... tão desprovida de charme e glamour, também é uma poderosa máquina do tempo, capaz de carregar-me por anos em uma única colherada. Sentimentos despertos, outra vez estive na infância. O mesmo ritual das noites tranqüilas e seguras, que precedia o momento de ir para cama. Ainda agora, o mesmo sentimento, a mesma tranqüilidade, o mesmo aconchego, a mesma segurança. Tão vívido e real que por um instante abri os olhos e desconheci o lugar em que estava, como se estivesse no cenário errado.

Passado esse momento, aterrissei no presente e me pus a pensar no quanto o mistério das lembranças me fascina. Qual seria o mecanismo? Como fatos e acontecimentos, sentimentos, podem estar ligados a cheiros, gostos e sons? Em que momento fazemos essa associação? E ainda, como acontecimentos tão longínquos no tempo podem ter efeito sobre nós, nos fazer sorrir ou chorar, trazer alegria ou tristeza como se tudo tivesse sido no último minuto? E ainda, qual seria o critério de seletividade? Por que nos lembramos de algumas coisas enquanto outras parecem ter sido definitivamente deletadas? Por que algumas requerem esforço e outras, às vezes nem tão boas, saltam para a superfície?

Por outro lado, quanto de real existe nas lembranças? Tudo aconteceu tal e qual nos lembramos ou tal e qual gostaríamos que tivesse sido? Estaríamos sujeitos a interferências? Lembraríamos as lembranças de outros? Como duas pessoas podem ter lembranças tão diferentes dum mesmo acontecimento?

Bom, finalmente acho que nada disso importa de verdade. São só divagações. Algumas lembranças se alojam na mente, outras no coração.  Umas nos trazem um sorriso abobalhado, outras um olhar marejado. Umas tem o sono leve, outras hibernam por todas as estações. Algumas acordam contentes, outras magoadas e tristes.

Não importa. Disso tudo ficam duas coisas, duas certezas: a de que tudo, absolutamente tudo, seja bom ou ruim passa. Passa e indubitalvelmente transforma-se em lembrança. E de que eu quero que minhas lembranças futuras sejam ainda melhores do que as minhas lembranças presentes e embora não estejamos no controle absoluto da situação, sempre podemos fazer nosso melhor.

“Chega uma época em que nos damos conta de que tudo o que fizermos se transformará em lembrança um dia. É a maturidade. Para alcançá-la, é preciso justamente já ter lembranças."
Il Mestiere di Vivere – Cesare Pavese

24/09/2010

Semana Nacional do Trânsito. Seja legal.

Estamos na semana nacional do trânsito. Legal. Isso me lembra como algumas pessoas se comportam... é de amargar. Uns não tem a menor idéia do que estão fazendo ali, dentro do carro. Outros não tem a menor consciência do que é educação, respeito e amabilidade.
Putz, algumas coisas me deixam fula da vida, então já que eu não posso parar o carro no trânsito e dizer isso para quem merece, vou descarregar aqui mesmo. Quem sabe até sirva para algum desavisado que  por acaso acabe por aqui.

Olha, quer apreciar verde vai passear no campo. O farol não é para ficar admirando. Deu verde, arranque. Isso também não quer dizer que é para passar por cima do senhorzinho que corajosamente está ainda atravessando. Só não ensebe.

Se a placa de sinalização indica velocidade de 60km/h ela quer dizer que você pode andar a 60km/h e que seu carro tem maior capacidade que os 30km/h. Ali não deve ser o melhor lugar para passear. E acredite, não é uma pegadinha do radar.

Se você está cruzando ruas, mas a mão é sua, pleeease, não pare. Diminua a velocidade, mas não pare, eu posso não parar e acabar dentro do seu banco de passageiros.

Seta... puxa vida, o que se tem contra ela? Estão para serem usadas mesmo, não vão gastar mais depressa. Use sem medo de ser feliz.

Se alguém está tentando passar para sua pista, qual é o problema em ceder lugar? Um pouco de educação e amabilidade não vão te atrasar mais. E você também vai precisar disso ali mais adiante.

A esquerda é faixa de trânsito rápido. Então dê passagem. Pode ser somente um apressadinho, mas também pode ser uma emergência.

Perto de escolas e bairros residenciais não são os locais mais apropriados para testar o motor do carro. E sim, atrás da bola sempre vem uma criança. Consciência.

Se você não sabe fazer baliza, seja legal, procure uma vaga mais fácil. Não deixe todo mundo esperando você aprender. Não é a melhor hora.

Se você vai deixar um passageiro na porta de algum lugar e para isso parou no meio da rua, tudo bem, mas por favor, faça-o descer do carro. Depois vocês discutem o melhor lugar para jantar.

Viu um acidente? É muito triste, eu sei. Mas você passar devagar olhando não vai resolver o problema, só vai criar outro.

Vagas para idosos ou deficientes são para isso mesmo: idosos ou deficientes. Se você não é nenhum dos dois, um dia você vai poder usar, mas por enquanto procure a sua vaga.

E por fim, se você gosta de falar ao celular enquanto dirige, compre um bluetooth. Eu posso não querer esperar pacientemente enquanto você não consegue mudar as marchas.

Eu tenho aqui para mim que se todo mundo se comportasse legal, consciente de que não vive e nem dirige sozinho no mundo, tudo ia ser melhor.

21/09/2010

Com que ansiedade te esperei...

                                                                 Alma Tadema - Spring


"Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação." Cecilia Meireles.

12/09/2010

Singularidade...

Há uns dias eu escrevi aqui sobre curiosidade, porque eu tinha ficado curiosa com a curiosidade dos outros. Bom, num acesso de loirice, eu querendo editar, acabei apagando o post. Achei que o tinha salvo, mas não consegui achar. Basicamente eu me lembro do que escrevi e num outro dia vou postar novamente, mas hoje de novo fiquei extremamente curiosa....
Eu já vi pessoas chegando aqui de várias maneiras. Procurando por qualquer palavra, procurando por poesias, procurando por assuntos, procurando meu nome no google, procurando outros nomes, procurando o nome do meu blog, vindas de outros blogs e de um monte de outras maneiras diferentes. Mas é a primeira vez que vejo alguém chegar aqui procurando no google pelo título do meu post (bom, a segunda vez, isso já aconteceu há uns dias). Exatamente com todas as letras, reticências e data até. E não é que meu post tem um título comum não, como foi o caso do Amar é..., por exemplo, que você procura e surgem centos de resultados, não não. Normalmente os títulos são pessoais.
Veja bem, eu não sou neurótica dessas que você visita a página do orkut, por exemplo, e recebe lá uma mensagem perguntado desesperadamente: Quem é você? Te conheço de onde? Tá procurando o que na minha página?... e coisas assim. Longe de mim, abomino! Se não fosse para que lessem o blog, eu fazia um diário e botava um cadeado. Quero mais é que leiam e comentem mesmo, seja para concordar ou discordar. Se está na internet é pra ver mesmo. Se a página é pública é pra visitar mesmo, senão qual a graça? Aliás, já ando pelas tampas com o tanto de travas que tem o orkut agora. Sou adepta do: se não é pra ninguém ver, guarde na gaveta. Afinal de contas, a mim também me apetece fuçar por aí.
Mas isso de procurarem no google pelo exato título e data do meu post, essa foi pioneira e merecedora de um registro!

11/09/2010

Pra não dizer que não falei... de politica

"Os politicos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão." Eça de Queiróz
(E quem sou eu pra discordar? O homem é o Eça de Queiróz...)

08/09/2010

...

Moderno? Moderno é wireless, smartphone, comida congelada, fast food, leite longa vida, sensor de estacionamento, gps, tv full hd, cine 3D, comprar pela internet.
Eu? Não. Eu não sou. Respeito por si e pretinho básico, pra mim, nunca saem de moda.

05/09/2010

Amar é...



(Com o pseudo moralismo e "pudorizaçao" aposto que o meu álbum preferido na infância seria proibido hoje, por conter cenas inadequadas para menores de 18 anos... bah)

29/08/2010

Será mesmo?



Vinha eu feliz e saltitante, caminhando pelo parque num lindo dia de sol (tá, mentira, tava sentada na frente do computador mesmo) e pensava sobre coincidências. Eu nunca fui grande fã delas não, tenho até o hábito de desconfiar, mas algumas coisas simplesmente não tem explicação. Ou quem sabe até tenham, mas como desconhecemos, nomeamos coincidências.
Mas como - ao contrário de mim, sedentariamente sentada numa cadeira a frente do computador - minha mente fica saltitando de lá pra cá, de cá pra lá, de coincidências e de como ou porquê elas acontecem, fui parar na tão aclamada lei da atração.
Eu nunca dei crédito para esses negócios de fique rico em 5 minutos (embora tenha lido alguns livros de Og Mandino, que considero mais sério), mas cheguei a ler o tal livro, O Segredo. Li, classifiquei e arquivei na estante de baboseiras, nunca mais pensando no assunto.
Mas hoje eu aqui pensava... finalmente será mesmo que a gente não atrai aquilo que pensa? Ou aquilo que fala? Ou aquilo que sente?
Muito antes de “o segredo ser revelado” eu já escutava dizerem: não diga tal coisa porque atrai.
O livro continua guardado na estante de baboseiras, mas...e se? Apenas e se...?
Sem entrar no mérito de New Age, Universo e nem nada dessas coisas. Mas e se, pura e simplesmente, a tal lei da atração existisse tal como a lei da gravidade, por exemplo?
Sem esse negócio de vá a uma concessionária e faça o test drive com o carro dos seus sonhos, ou visite a casa que vc deseja morar, preencha um cheque de alto valor e cole no teto do quarto e outras coisas desse gênero que continuam a me parecer absurdas, mas já outras coisas...
Não tem dias em que dizemos que não deveríamos ter saído da cama? Então... é um dia recheado de fiascos, uma sucessão de aborrecimentos. O que me lembra que no trabalho, nós costumamos dizer que tem cliente que parece ter uma nuvenzinha negra sobre a cabeça, se algo tiver que dar errado certamente vai ser com ele.
Não será mesmo que um primeiro acontecimento ruim ou aborrecimento nos deixaria predispostos a outros? Começamos o dia pensando que ele vai mal, e ele vai mesmo? É o vulgo: desgraça pouca é bobagem.
E então, seguindo essa linha de raciocínio, o inverso também seria verdadeiro. Acontecimentos bons nos predisporiam a outros bons.
Eu não sou expert na tal lei da atração e nem tenho essa pretensão, mas a base é que você cria sua realidade à partir das coisas que pensa e sente. Você atrai aquilo em que está focado. Logo, se eu somente focar problemas, eles viriam em série.
E isso é bastante fácil de constatar. Óbvio, somos seres potencialmente negativos. Mas se a tal lei vale para o mau, também tem que valer para o bom.
Se eu pensar no assunto sob esse aspecto, já não me parece tão baboseira assim.
Embora isso não seja tão fácil quanto possa parecer. Segundo andei lendo por ai nós focamos sempre a coisa de maneira errada. Ou seja, focamos o problema. Um exemplo? Estou com uma blusa branca e tenho que permanecer com ela limpa até a noite. Então eu penso: não posso sujar essa blusa de jeito nenhum. Quando na verdade o que eu deveria pensar é: esta blusa vai permanecer limpa até a noite. Tá, é um exemplo meio tosco, mas é só pra ilustrar que pensamos negativo até quando queremos pensar positivo.
Eu não sei se isso  pode fazer algum sentido para alguém além de mim, há coisas que pensamos mais rápido do que podemos escrever, mas talvez seja algo a se tentar.
Afinal de contas, mesmo sendo ainda cética com isso, que mal poderá me fazer ter pensamentos otimistas e bons sentimentos? Talvez não vá me deixar rica, nem mais gorda, nem mais magra, nem mais bonita, nem mais inteligente, mas mal realmente me parece que não pode fazer. De resto, o que vier é lucro.
 “Se você pensa que você pode ou se você pensa que não pode, de qualquer forma você está certo”.
Henry Ford.

15/08/2010

Ahhh essa tal de tecnologia...


Eu amo tecnologia. Verdade. Tanto tanto que eu queria que algumas funções pudessem ser acopladas na gente. Existem recursos bárbaros!
Talvez o melhor deles seja o bloquear/remover. E não no estilo pré-histórico do orkut, não, esse não adianta nada. Eu falo do estilo facebook ou msn, esses sim, bastante eficientes. Você bloqueia e remove o individuo e nunca mais, pelo menos enquanto você quiser, ele vai saber que você existe e, o melhor, você também não vai ter mais que ver, sequer lembrar que o individuo existe. Pode acontecer vez ou outra que você se pegue pensando: ué, nunca mais vi Fulano/a, o que será que aconteceu? Mas, é a vida... amar e ser amado, bloquear e ser bloqueado...
Outro recurso bastante útil seria o Mute. Certamente haveriam casos em que bloquear/remover estaria fora de cogitação, assim que um simples mute de vez em quando resolveria o problema. O teu chefe (o qual você sonha constantemente poder bloquear/remover) está lá falando as abobrinhas de sempre na reunião, te dando uma erguida por alguma coisa que está fora do seu alcance controlar, e aí você o que? Dá um mute nele. Aquele amigo que você até gosta, resolveu fazer uma análise psicológica das suas atitudes desde o momento em que você nasceu? Mute nele. Você, com uma puta pressa, atrasado, encontra alguém na rua e educadamente pergunta se está tudo bem, a pessoa resolve discorrer sobre todos os males que a afligem? Mute nela. (bom, nesse caso é melhor até bloquear para evitar reincidência). O seu colega de trabalho resolveu tirar o dia para reclamar de todas as mazelas da vida, justo hoje que você estava de bom humor? Mute. Aquele cliente resolveu que não tinha nada mais útil para fazer e veio reclamar de todas as tarifas já cobradas nos últimos 200 anos? Mute. Tá querendo assistir um filme e tem alguém matraqueando do seu lado? Mute!
E como complemento do Mute, um recurso de respostas automáticas e cara de interessado. Claro, porque as pessoas neste estágio, em que já precisam de um Mute para não te encher o saco, não necessitam mais do que um “aham”, “a vida é dura”, “é verdade”, “você tem toda razão”, “que coisa chata”, “pois é”, “é”, “não”, “sim” e outros tipos de resposta similares para se satisfazerem. Elas nem iriam notar se a resposta fosse mais elaborada um pouco. Tudo o que elas querem é falar e ter a impressão de que alguém ouve. Não querem ouvir. E a cara de interessado, claro, para você não ficar com cara de paisagem, como normalmente ficamos quando não estamos prestando atenção a nada, afinal, se fossemos descobertos correríamos o sério risco da pessoa começar tudo de novo.
E um outro recurso penso necessário, o SAP. Alguém fala e fala e fala e você não tem a menor idéia do que ela falando, parece grego? Sap. Está assistindo um debate de presidenciáveis na TV e a Dilma está discorrendo sobre algum tema? Sap. Aliás, se ela for eleita, o governo deveria disponibilizar esse recurso em caráter de urgência urgentíssima.
Agora que penso, existem uma série de recursos tecnológicos que também seriam bastante úteis, mas tenho cá comigo a convicção de que somente com esses basiquinhos a vida da gente já seria bem mais fácil, viu?

08/08/2010

...

A você meu pai,
Que mesmo chegando exausto de um dia de trabalho, ainda achava forças para brincar de achar duas pirralhas que cismavam esconder-se de você todos os dias;
A você que nunca chegava de mãos abanando, sempre com um docinho qualquer pra gente;
Que nos deu boas palmadas quando julgou necessário;
A você que nos defendeu quando precisamos;
Que se ofendia quando nos ofendiam;
Que sofria quando sofríamos;
Que se orgulhou das nossas vitórias;
Que sorriu nossos sorrisos;
Que errou, acertou, mas não foi omisso;
A você que me ensinou a viver com dignidade, que foi meu exemplo de caráter;
Que mesmo cheio de defeitos, como todos, sempre foi pai;
Eu te achava tão egoísta quando eu queria fazer alguma coisa e você não deixando dizia: antes chorar você do que eu. Tola, só muito tempo depois, quando fui mãe, eu entendi que essa frase na verdade era uma declaração de amor.
Você por vezes não pôde, por vezes não quis me dar o que eu queria, mas me deu muito mais do que muitos filhos podem ter: amor, dedicação, carinho e a segurança de uma família sólida. Coisas que a gente não valoriza muito quando é jovem, mas que com o tempo entende e percebe que nada poderia ser mais importante.
Eu te sabia e te sei do meu lado, faça eu as besteiras que fizer. Você vai estar aqui, com um abraço ou uma bronca, me mostrando que o amor não é feito somente de sorrisos.
À você papis, muito mais do que um obrigada, o meu amor, o meu carinho e o meu reconhecimento.

23/07/2010

Humpf


O negócio é o seguinte: eu posso falar mal do que é meu, os outros não, pô!
Mas é beeeem feito, muuito bem feito para as pessoas que tem a mania ridícula de endeusar tudo que é estrangeiro. Ficaram às multidões seguindo o cara por aí, subservientemente, estendendo um tapete vermelho por onde ele passava e tome! 
Nem dá pra dizer que o tal do Stallone estava errado no que disse, fazem o que bem querem por aqui e sim, ainda dizemos obrigada. Brasileiro parece que tem mesmo síndrome de vira-lata, como bem definiu Nelson Rodrigues.
Ahhh faça-me o favor, viu... não é o primeiro (e provavelmente não será o último) “superstar” que fala mal do Brasil e que menospreza o nosso povo. E sim, eu me dôo mesmo, não gosto. Quem é que essa gente pensa que é? Quão melhores eles são mesmo? Eu bem poderia dizer aqui direitinho o que é que eu acho do povo e do país dele, mas costumo guardar essas opiniões só para mim, por motivos que ele desconhece: educação e respeito.
O Brasil tem mesmo um monte de defeitos, mas também temos muitas qualidades. Está na hora de parar de ser nacionalista só em época de copa de mundo.
E mesmo não tuitando, só pra não perder o bonde... Cala a boca Stallone!

16/07/2010

Mistéééério...


Noites chuvosas e frias sempre despertam os mais profundos pensamentos...
Me intrigava hoje a possível existência de universos paralelos. Sim, porque somente isso explicaria, por exemplo, para onde vão as xuxinhas de cabelo de mulher? Alguém alguma vez já achou alguma? Mas você também já perdeu um monte, que eu sei.
Ou então para onde vão todos os guarda-chuvas que a gente perde? É, todo mundo perde guarda-chuva, mas eu nunca ouvi ninguém falar que tenha encontrado um!
E as chaves, os isqueiros, os brincos (ahh brinco é interessante, não conheço ninguém que perca o par, é sempre um só e esse um ninguém nunca acha também) e afins???
Ai ai e agora, como continuar com dúvidas tão fundamentais?
É, como diria uma tal de Dona Milú... mistéééééério...

09/07/2010

Paulistas às armas!

Feriado! Que legal! Ainda mais quando é assim, numa sexta-feira. Folga no trabalho, dia de fazer nada, botar em dia aqueles filmes ou aquele livro que ficou parado por conta da correria, ou então bora viajar... mas ficamos tão satisfeitos com o ôba-ôba que nem pensamos que o feriado é um marco importante. E hoje, é feriado do que mesmo?

Feriado do maior movimento cívico da história do estado de São Paulo, a Revolução Constitucionalista.

A RC foi uma resposta ao golpe militar de 1930 que deu o comando do país a Getulio Vargas, que por sua vez instaurou a ditadura: suspendeu a Constituição, nomeou interventores em todos os estados, dissolveu o congresso nacional, os congressos estaduais e as câmaras municipais.

Assim, em 1932, os partidos Republicano Paulista e o Democrático de São Paulo, que aliás haviam apoiado a Revolução de 30, se uniram na Frente Única para exigir o fim da ditadura e do “Governo Provisório” - como era denominado o governo de Getulio – e também exigir uma nova Constituição. Assim, São Paulo inteiro estava contra a ditadura.

O estopim da revolta se deu com a morte dos 5 jovens, assassinados no centro de São Paulo, pela Legião Revolucionária que era partidaria da ditadura. A morte deles deu origem ao movimento de oposição que todos conhecemos como MMDC, aliás injustamente, porque corrigido posteriormente ficou MMDCA, em homenagem aos mortos: Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga, enterrados hoje no Mausoléu do Ibirapuera.

Começou aí a ser tramado um movimento armado visando à derrubada da ditadura de Getúlio Vargas, sob a bandeira da proclamação de uma nova Constituição para o Brasil.

E foi assim que em 9 de Julho de 1932 explodiu o movimento revolucionário.

Eu não vou, em consideração a quem leia, contar toda a história da revolução, mas finalizo dizendo

que este foi o início do processo de democratização do país, a primeira grande revolta contra o governo de Getulio e também o último conflito armado no Brasil. Após a Revolução de 32 voltamos a ser governados por paulistas, dando fim a intervenção e pouco tempo depois, em 1934, foi promulgada uma nova Constituição.


"O que não compreendo é que uma nação, como o Brasil, após mais de um século de vida constitucional e liberalismo, retrogradasse para uma ditadura sem freios e sem limites como essa que nos degrada e enxovalha perante o mundo civilizado!" Julio Prestes



Links


Museu virtual com objetos da revolução:

http://tudoporsaopaulo1932.blogspot.com/

Site em memória a Julio Prestes

http://julioprestes.wordpress.com/

Mais sobre a Revolução de 32

http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Constitucionalista_de_1932




04/07/2010

Quintanando

"Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos.
...Como estas nuvens no céu...
E só ganhar, toda a vida, experiências...esperança...
E a rosa louca dos ventos, presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome ao rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho,
Nas tuas mãos distraídas."
(Mário Quintana)

02/07/2010

Melhor ouvir do que ser surda, melhor ler do que ser cega...

Alguém, fazendo um comentário, me disse algo mais ou menos assim: " Homem não gosta de mulher que..."
Eu não lembro mais do que era que homem não gostava porque não foi o que me chamou a atenção. A chave, o principal, é justamente o que está reproduzido aí.
Essa frase sempre me parece carregar alta dose de machismo. Sinto-me meio que sugada no tempo, para um tempo onde toda e qualquer atitude de uma mulher era baseada em arranjar marido, era educada desde criança para isso, agradar aos homens.
Eu prefiro pensar que hoje em dia as mulheres tem outras ocupações além dessa. Estamos preocupadas em agradar-nos também, em sermos felizes e realizadas, buscando a companhia de quem nos faz bem, e claro, consequentemente esperamos também fazer um outro alguém feliz. E não em laçar desesperadamente o primeiro desavisado que nos cruze o caminho, porque essa é a impressão que tenho quando ouço algo assim.
Mas ainda há gente que me diz que homem não gosta de mulher que... (embora eu concorde que alguns comportamentos são extremamente desagradáveis, mas aí, desagradam a todos e não somente aos homens.)
Ora, ora! Que me desculpem então, mas veja lá se eu vou ficar pautando o meu comportamento no que supostamente agradaria aos homens. Para mim isso soa ridículo e desesperado, muito desesperado. Significa que ninguém se interessaria por nós, sendo como somos? Temos que disfarçar, mascarar e fingir? Isso não é fraude? Bom, no mínimo propaganda enganosa? A duras penas aprendi que a primeira pessoa a quem eu tenho que agradar é a mim mesma. E que isso não é um ato de egoísmo.
Veja, eu não estou falando aqui que de vez em quando não temos que nos adequar um pouco ao que a pessoa que está ao nosso lado gosta. Ceder em alguns momentos é parte de um relacionamento saudável, acredito eu. E também muito óbvio que todas as mulheres fazem coisinhas para agradar aos homens, como uma roupa legal, cabelereiro, perfumes, maquiagem e outras coisas, particulares a cada relacionamento. Que mulher já não comprou uma roupa nova e pensou se um alguém iria gostar? Essa é a parte saudável do querer agradar, mas não é disso que estou falando. Estou falando de viver pensando as atitudes ou as palavras para agradar aos outros em detrimento do que nos agradaria ser e dizer. Sim, isso. Nem somente aos homens, mas aos outros em geral.
Parece-me muito triste quem acha que tem que viver disfarçada, porque eu acredito que cada uma, à seu jeito, a alguém há de encantar.
E de mais a mais se a alguém não agrada o que eu penso, o que eu digo ou o que eu sou, o que posso dizer?
Dane-se. Só me importa quem gosta de mim.

P.S. Só para não deixar dúvidas, este não é um texto feminista. Porque eu não sou mesmo. Sou o sexo frágil e adoro isso.

21/06/2010

Então é... inverno!

Só quero que você me aqueça neste inverno e que tudo mais vá pro inferno uou uou... pois é Roberto... mas como isso é pra quem pode e não pra quem quer, eu continuo aqui, detestando o inverno.
Não posso achar uma única razão sequer para suportá-lo. Nenhuma.
O único Inverno que eu gosto é o de Vivaldi, e mesmo aí minha favorita é a Primavera.




Putz mistureba de Simone, Roberto e Vivaldi...

14/06/2010

O que será que ela quis dizer?

Fulana diz: "sem expiração para definir alguma coisa!...."

Após ler a frase acima aí pela net, me coloquei a pensar:

O que será que ela quis dizer???

Hipótese um: que ela tem quanto tempo quiser para definir alguma coisa, afinal o prazo para isso não tem expiração.

Hipótese dois: ela está pensando tão intensamente, que não quer de forma alguma expirar o que pensa, para assim, conseguir definir essa alguma coisa.

Hipótese três: eu não entendi finalmente o que ela quis dizer.

E fiquei sem inspiração para aventurar-me em outras hipóteses.

12/06/2010

Celebre o amor!

Celebre o amor! Pouco importa ser namorado, amante, namorido, marido... Pouco importa se pareça clichê, demode ou piegas...
Celebre o amor!
E uma linda e delicada canção francesa para receber este dia.
Feliz Dia dos Namorados!



Parlez-moi d'amour
Redites-moi des choses tendres
Votre beau discours
Mon cœur n'est pas las de l'entendre
Pourvu que toujours
Vous répétiez ces mots suprêmes :
"Je vous aime"

Vous savez bien
Que dans le fond je n'en crois rien
Mais cependant je veux encore
Écouter ce mot que j'adore
Votre voix aux sons caressants
Qui le murmure en frémissant
Me berce de sa belle histoire
Et malgré moi je veux y croire

Il est si doux
Mon cher trésor, d'être un peu fou
La vie est parfois trop amère
Si l'on ne croit pas aux chimères
Le chagrin est vite apaisé
Et se console d'un baiser
Du cœur on guérit la blessure
Par un serment qui le rassure

03/06/2010

A música venceu!

Eu não assisto novelas. Nem por isso e nem por aquilo, só não tenho paciência mesmo. Mas já é conhecido de todos que as novelas de Manoel Carlos trazem, ao final de seus capítulos, testemunhos de pessoas que passaram e passam por momentos difíceis e se superaram. Alguns são bem impressionantes e até emocionantes, como o do capitulo final.
Enquanto – via youtube, porque eu também não assisti ao capítulo final da novela – eu assistia ao depoimento do maestro João Carlos Martins, uma frase continuamente me vinha a cabeça: “mas a vida, a vida é uma caixinha de surpresas...” porque, apesar de não ser cômico, me lembrava o quadro de Joseph Klimber dos Melhores do Mundo. Com a diferença extraordinária de que o maestro não se tornou um peso de papel, como muitas pessoas teriam se tornado frente a tantas adversidades, não. Nem posso contar quantas vezes, mas continuamente ele se superou e se reinventou e nunca deixou-se vencer.
Hoje ele dirige a Orquestra Bachiana Filarmônica e com ela já subiu duas vezes aos palcos dos Carnegie Hall, em Nova York e somente em 2009 foram mais de 150 concertos. Incapaz de segurar a batuta ou virar as páginas das partituras dos concertos, João Carlos decora sinfonias inteiras antes das apresentações, demonstrando seu perfeccionismo e dedicação à música.
A ele a minha mais sincera admiração, porque como um bom brasileiro, não desistiu nunca.
Sim, a música venceu! Bravo maestro!

Depoimento


Eu sei que vou te amar - Tom Jobim

30/05/2010

Eureka!

Hoje eu descobri algo. Procuro o silêncio nos lugares errados.

Tenho desesperadamente ansiado por silêncio. Todo e qualquer barulho tende a me irritar, implico até com a forma como o povo digita no computador (bom, vamos combinar que tem gente que acha que ainda está usando uma Remington e martela as teclas sem dó nem piedade). Ando com a impressão que o mundo é uma gigante micareta.

Os sons vem de todos os cantos: celulares, telefones, músicas, televisão, buzinas, escapamentos, reformas, vozes. É de deixar neguinho tonto.

Assim que hoje à tarde resolvi que iria me presentear com um pouco de silêncio. Peguei um livro, minha ânsia por um pouco de solidão e rumei pro Fran's Café mais próximo. Quando entro, já preparada pra voltar pra trás se houvesse muita gente, agradabilíssima surpresa: só uma mesa ocupada por um casal que me pareceu a principio bastante entediado. A glória! Não tinham cara de grandes conversadores. Peguei a última mesa lá no fundinho, pedi um... milk shake (é, não bebo café), abri o meu Luis Fernando Veríssimo e me preparei pra diversão! Ôba! Estava no estado de ansiedade pelo prazer que beira a felicidade.

Muito chocolate (que ando precisada), Veríssimo, êxtase... que não durou nem 5 minutos. Eis que entra no lugar um grupo de 4 mulheres. Dá pra entender? Qua-tro! Mulheres! Elas nem haviam sentado e eu já via o meu tão amado silêncio saindo pela mesma porta que elas entraram. E com tanta mesa vaga, vieram sentar-se ao meu lado, óbvio. Eu odeio Murphy.

E como falavam, nossa, eu nem sei bem como é que elas conseguiam se entender. Sabe, quando parece que as pessoas não se vêem há anos e todas querem contar tudo ao mesmo tempo? Assim era. Aliás, sempre acho estranho como tem gente que consegue falar o tempo inteiro. A bem da verdade não se pode aproveitar muito do que diz a maioria, no melhor estilo Legião, falam demais por não ter nada a dizer. Porque se está falando falando falando desenfreadamente, em que momento exatamente se pensa? Me dá fobia mesmo gente que fala demais.

Saí de lá com a impressão que meus ouvidos estariam mais descansados se eu tivesse ido a uma creche.

Eis que surpreendentemente tenho a casa vazia a noite. Aha! Agora é silêncio mesmo, puro, simples e relaxante. Nem vozes, nem televisão, nem nada. Somente eu, uma taça de vinho e o computador (sem som).

Silêncio... silêncio???

Ôpa, ôpa, ôpa... algo estranho... tudo está quieto, mas não silencioso... Como pode ser?

E aí um lampejo, a descoberta de que tenho procurado o silêncio nos lugares errados. O barulho não está fora, está cá, dentro de mim.

E o ansiado silêncio nunca me pareceu mais distante.

21/05/2010

...

"Todos os seres estão presos por fios invisíveis, você puxa um e move o conjunto. Por isso cada pequena ação afeta tudo e a todos" (trecho extraído do livro Amor em Minúscula, de Francesc Miralles e atribuido a Jung)

E é mais ou menos assim mesmo, provavelmente não nessa magnitude. Mas realmente não temos idéia enquanto agimos, do quanto isso poderá afetar alguém, muitas vezes pessoas que sequer conhecemos.
Finalmente nossas decisões não dizem respeito só a nós mesmos como achamos muitas vezes, algumas dessas vezes alteramos o curso da história de outros. E o inverso também é verdadeiro, decisões que não estão ao nosso alcance alteram também o rumo da nossa história.
E a gente sempre com essa ilusão de que está no controle da própria vida...

16/05/2010

...

Que mistério faz com que no meio de uma multidão planetária, você encontre a pessoa certa?
É, vou chamar aqui de pessoa certa porque não consigo nomear de outro jeito. Vou definir aqui como certa aquela pessoa que te faz ter vontade de ficar junto o máximo de tempo possível; aquela que te entende mesmo quando nem você se entende; essa que continua a gostar de você apesar de você; das que se importam genuinamente com você e você com ela; e que mesmo sabendo que você acorda descabelada, sem maquiagem e de mal humor, ainda quer continuar acordando com você. Precariamente definido.
Eu sei que não há uma única pessoa certa, que por aí devem existir pelo menos algumas do número correto e também que isso pode variar ao longo da vida, mas convenhamos que não podem ser tantas assim como que para encontrar uma em cada quarteirão, mesmo que você more numa cidade super populosa.
O que faz então com que estejamos no lugar certo, na hora exata? Que coisa fez com que você pegasse justo o mesmo ônibus, ou fosse morar na mesma rua, ou trabalhar no mesmo prédio, ou caminhar no mesmo horário ou fazer aquela viagem? Mais difícil ainda, na infinidade de opções e pessoas que há na internet, como encontrou-se justamente com aquela?
Destino? Acaso? Todos os rumos que já tomamos na vida foi para que convergíssemos nesse encontro? Particularmente eu não gosto muito do destino e não acredito no acaso. Também não me agrada pensar e não consigo aceitar a idéia de que tudo seja pré-determinado. Afinidade poderia explicar alguns desses encontros, mas não a maioria.
E assim, sendo tão frágil, aleatório e incontrolável, também não é estranho pensar que um pouco a mais ou a menos e você sequer saberia da existência dessa pessoa?
Bom, quiçá seja mais uma dessas coisas que a gente nem deve tentar entender, só aproveitar quando chega e enquanto é.

09/05/2010

Manhê!

Me lembro de que quando minha filha mais velha era bem pequenina, com poucos dias, eu me peguei olhando para ela e pensando: como é que eu consegui viver até aqui sem ter você comigo?
E assim, durante todos esses anos, essas duas pessoinhas (já nem tão pessoinhas assim) me ensinaram o gratificante exercício do desprendimento, do desapego, de doar-se com o único objetivo de cuidar, educar, proteger e proporcionar felicidade. Me ensinaram a respeitar as individualidades.
Não é o paraíso, muitas vezes eu tenho síndrome de Forrest Gump, mas então, quando aqueles rostinhos olham para você no comecinho do Dia das Mães, te dão um presente confeccionado por elas mesmas - que não tem valor financeiro algum, mas que você vai guardar para o resto da vida como se fosse o seu maior tesouro - e te dizem: “mãe, eu te amo, e não canso de agradecer o presente que é ser sua filha, você é minha vida” aí então você entende que qualquer esforço e qualquer sacrifício nunca é demais se você puder ver esses olhinhos sorrindo.
Como já bem disse alguém que não me lembro quem: ter filhos é decidir ter, para sempre, o coração fora do corpo.

01/05/2010

Eu te amo não diz tudo, e agora diz menos ainda...


Hoje, dando uma fuçada na internet em lugares como Orkut e afins como quem pula de galho em galho, sem rumo, dei para reparar na quantidade de pessoas que se amam. Fiquei bestificada. E assustada.

Porque de duas, uma: ou eu sou séria demais ou tem gente leviana demais.

Tem muita gente da qual eu gosto, pelas quais sinto imenso carinho, mas as que amo, amo mesmo posso contar nos dedos, e corre-se o risco de sobrar dedos.

Sempre pensei que amor fosse coisa séria, desses sentimentos tão grandes que fogem à definição, mas bom, você sabe o que é amor finalmente - de pai, de mãe, de irmãos, de amigos, de homem/mulher - mas assim, quando dito tão displicentemente, quando distribuido tão facilmente como se fosse santinho de candidato em época de eleição, parece que perde o brilho, perde a importância, perde a grandiosidade, a magia. Fica tão banal, tão comum e sem graça.

“Eu te amo” (que sei não é ortograficamente correto) só para pessoas verdadeiramente especiais. Para que elas se sintam diferenciadas. Se eu digo pra todo mundo que valor tem?

Seria muito lindo se fosse verdade. Ou vai ver eu é que sou descrente nessa grande capacidade de distribuir amor. Descrente finalmente.


29/04/2010

Sessão nostalgia

Sabe, eu sempre fui fã das propagandas, a minha parte preferida dos programas de televisão. Adoro ver a que ponto pode chegar a criatividade das pessoas e pensar de onde elas tiram as idéias. Hoje, dando uma limpa no meu computador (coisa que me arrependo de ter começado), encontrei uma postagem do blog desaparecido que era das minhas propagandas antigas preferidas, e resolvi registrar de novo.
Nostalgia boa.
Mas já aviso, se você tem menos de 30 anos é provável que não se recorde de nenhuma.

Valisére

Banco Nacional

Chocolate Batom

Faber Castell
(eu tinha um estojo desse, de madeirinha!!!)

Melissinha (adorava a minha pochetezinha...)

Guaraná Antárctica (quem é que depois dessa propaganda não pensa em guaraná quando vai comer pipoca?)

Chambinho

Lacta

Bamerindus

Bamerindus (Vitrooola)

Estrela

Bombrill

Cofap (até hoje a gente chama os cachorrinhos Dachslund de cachorrinhos cofap)

Café Seleto (desse eu me lembro só do jingle, o comercial fez tanto sucesso que lançaram um disco, é, de vinil, claro, e eu tinha, porque segundo meus pais, eu adorava o comercial, parava de engatinhar onde estivesse pra me balançar ao som da propaganda).

Cornetto

Parmalat

Faber Castell (e daí veio o meu amor por Aquarela)

USTop (bonita camisa Fernandinho!)


E uns novos que também são muito bons

Kaizer

Bradesco (quem é que não quer um assim?)

Evian

Ford Focus

Banco do Brasil



Ahh são tantos bons comerciais, antigos e novos que até me perco. Esses são só alguns dos que me lembrei.
Perigoso esse mundo da propaganda... alguns a gente não esquece nunca mais, mas algumas coisas eu até gosto de não esquecer.


19/04/2010

Palimpsesto

As palavras me encantam. Desde sempre foi assim.
A principio me encantava a sonoridade, depois os significados e mais tarde o poder que elas tinham. Há analgésico mais poderoso ou arma mais letal? Assim que às vezes eu me ponho a pensar sobre elas.
Dias desses, enquanto eu trabalhava, uma palavra me pulou à cabeça: Palimpsesto.
Não sei de onde ela veio, nem porque me lembrei, mas ali estava ela.
Palimpsesto é uma palavra que deriva do grego e significa algo como riscar de novo. Era um pergaminho que era raspado para se escrever de novo, por cima, o que não escondia de fato a inscrição anterior, ainda era possível alguma visualização (bom, isso numa definição bastante pobre).
Desde que tomei conhecimento dessa palavra, e confesso, há poucos anos enquanto lia um livro que já não me lembro qual, achei engraçado como a vida me parecia um palimpsesto. De tempos em tempos precisamos raspá-la para que outras histórias possam ser escritas, para ceder lugar a novos capítulos. Mas embora possamos escrever e reescrever quantas vezes forem necessárias, o que anteriormente estava ali não foi apagado, não está perdido. Só está mais internalizado, com a leitura mais dificultada, mas está ali, gravado.
Todos os signos já escritos ficarão conosco, não importa o quão esmaecidos pareçam ou o quanto gostariamos que não estivessem.

17/04/2010

Pedaço de mim

10/04/2010

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra.

(Carlos Drummond de Andrade)

06/04/2010

...

Hay dias que no se lo que me pasa
Eu abro meu Neruda e apago o sol...

(Cotidiano 2 - Vinicius de Moraes)

04/04/2010

...



Eu, em 2 ou ... 20 anos. Tá, tá bom, nem em 200, mas há que se tentar!
Ahh e não é de sexo que eu vou mudar... só pra não deixar dúvidas...

31/03/2010

...

"Tudo o que vemos ou parecemos não passa de um sonho dentro de um sonho."
Edgar Allan Poe

28/03/2010

Quem viveu, viu

No último post, sobre o Renato Russo, eu comecei a pensar em quanta coisa eu já vi.
Nasci sob o comando militar de Ernesto Geisel e depois ainda tivemos João Figueiredo, assim que posso dizer, mesmo que ainda não entendesse bem o que significava, vi a Ditadura.
Embora criança, participei com meus pais das passeatas pelas Diretas Já! e fiz vigília na frente do hospital onde estava Tancredo Neves.
De lá para cá já presenciei a posse de 5 Presidentes da República diferentes e já manuseei 6 moedas brasileiras. Vi a inflação chegar a escandalosos 1.157,6%.
Fui fiscal do Sarney.
Conheci o Lula sindicalista e Deputado Federal.
Vi o Collor confiscar as poupanças (o que me dá trabalho até hoje), me lembro de Zélia Cardoso quando era mais do que somente a ex mulher do Chico Anysio, o movimento dos “cara pintadas” e finalmente o impeachment do Presidente.
Vi a passagem do cometa Halley (bom, ver ver eu não vi, mas ele passou)
Eu já estava aqui pela a queda do muro de Berlim com a reunificação da Alemanha, para a guerra do Golfo, a dissolução da URSS e o fim da Guerra Fria. E também para o fim do apartheid na África e a eleição Mandela.
Vi surgir o Tocantins.
Me lembro perfeitamente do acidente com o reator nuclear em Chernobyl.
Vivi antes da internet, do computador ou do celular. Siiim, viver sem isso é possível!
Assisti a morte de Airton Senna.
Eu vi o surgimento, o boom, dos Titãs, do Legião Urbana, Cazuza, Kid Abelha, Ultrage a Rigor, U2 e muitos outros. A alguns também vi morrer, como Renato e Cazuza.
Vi Michael Jackson estreando o seu moonwalker e claro, como todo mundo que se preze, tentei fazer igual diversas vezes; aliás eu ainda o vi um pouquinho em The Jackson Five.
Assisti a estréia de E.T.o extra-terrestre no cinema
Comprei a fita cassete de We are the world em seu lançamento.
Usei muuita vitrola e long play.
Vi o primeiro Rock in Rio televisionado e assistia o Holliday on Ice na televisão.
Assisti à abertura dos Jogos Olímpicos de Barcelona com Freddie Mercury e Monserrat Caballé.
E por aí vai. Não vou conseguir me lembrar de todos os fatos políticos e artísticos do mundo nessa época, foram anos muito ricos.
Curioso a gente pensar que participou, de alguma forma, de muitos fatos históricos, coisas que outros só sabem por “ouvir falar” e olhe lá.
É, isso realmente significa que estou ficando velha, mas quem não está?

P.S. Os fatos não estão em ordem cronológica, coloquei conforme fui lembrando.