09/02/2011

Conto de fadas - versão mulher moderna

Era uma vez, numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico...
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo. A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:
- Eu, hein?... nem morta!

 Luís Fernando Veríssimo


E para arrematar, algo que vi hoje, durante uma conversa e tirada de uma telenovela mexicana, Las Aparicio e que me lembrei assim que vi esse do Verissimo:
"Uma mulher inteira não necessita de meia laranja"
Bastante feminista, mas complementa o pensamento da princesinha...


03/02/2011

Das preferidas








Coisa boa foi ser criança...

02/02/2011

Caleidoscópio

Noutro dia assistia um filminho bem água com açúcar, no estilo que Hollywood fabrica tanto,  sem quase prestar atenção. Sabe, um desses momentos acéfalos, em que você fica ali, simplesmente ali, sem fazer nada, sem pensar nada, sem ver nada, sem ouvir nada, sem querer nada mais do que estar ali, quando algo me chamou a atenção. O cara do filme, um guru de não sei o que, levou as pessoas que estavam fazendo o seu curso para o meio da rua e pediu que elas dissessem o que viam ali. Trânsito, barulho, multidão, confusão foram algumas das óbvias respostas. Depois disso, as levou para o alto de um prédio e pediu que dissessem dali o que viam. Silêncio, o mar, o céu foram outras das respostas. E então o guru arrematou: A cidade é a mesma, você só mudou o seu  ângulo de visão.

Desse ponto em diante eu já não prestei mais atenção em nada. O momento acéfalo cedeu um pouquinho do seu lugar (bem pouquinho) para uma lembrança: na vida tudo é relativo, tudo depende de como nós olhamos.

Sim, eu sei, um conceito primário e saturado. Mas quem se lembra dele quando precisa?

Sempre me chamou atenção como duas pessoas podem ver de formas tão distintas um mesmo acontecimento. Como que para umas aquilo tem um significado e para outras, outro, que pode ser completamente diverso. O que é sumamente importante para alguém, não tem nenhum sentindo outro alguém. O que é feio para um, não é para outro. A verdade de um não é a de outro. E se é assim, então é porque existem duas ou mais visões duma mesma coisa. É porque existem outros ângulos que podem ser descobertos. É porque nada é absoluto.  Porque a maioria das coisas é relativa.

Aplicando – o que concordo, não é nada simples – esse conceito à situações angustiantes do cotidiano, talvez se possa melhorar ou quem sabe ao menos suavizar alguns pontos. Depende de conseguirmos - ou quem sabe até de querermos - mudar o foco.

E partindo do pressuposto de que quase nada é absoluto e imutável, a maioria das situações já nem parece tão assustadora. É um pouco parecido com um sentimento de liberdade.

Mas é claro, nem a relatividade é absoluta.